terça-feira, 9 de junho de 2009

Histórico da Escola Municipal Lauro Luiz

Histórico da Escola Municipal Lauro Luiz

Em 31 de outubro de 1986, pela Lei n.º 8.403, foi criado o município de Campo Bonito, com território desmembrado de Guaraniaçu. A instalação deu-se no dia 1º de janeiro de 1989, com a posse do 1º Prefeito Darcisio Roberto Grassi. Então o ensino de 1ª a 4ª série deixou de ser atribuição do município de Guaraniaçu, entretanto, a Direção da Escola cabia a um professor da Rede Estadual.

No ano 1992, houve a municipalização das Escolas que ofertam o Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série e através da Resolução 4243/92 de 17 de dezembro de 1992 foi criada a Escola Municipal Lauro Luiz, que ficou funcionando no mesmo prédio da Escola Estadual José Bonifácio através de acordo de cedência entre o Estado e o Município.

A escolha do nome Lauro Luiz deu-se em homenagem a um cidadão campobonitense chamado “Lauro Luiz”, nascido em 05 de fevereiro de 1930, na cidade de Curitibanos, Santa Catarina. Lauro Luiz era filho de João Luiz Jordão e dona Izaltina Cordeiro de Almeida.

Em Curitibanos, estudou até a 4ª série, trabalhava com sua família na lavoura num pequeno lote de terra, o qual foi vendido mais tarde. Com o dinheiro da venda, vieram para o Paraná em busca de uma vida melhor. Serviu ao exército no Rio de Janeiro, por isso gostava de exibir uma tatuagem no braço direito que fez neste período, era a figura do dragão do Brasão das Forças Armadas (o dragão alude à fidelidade do órgão ao objetivo que a lei lhe definiu).

Em 1952, sua família chega a Campo Bonito, onde adquiriu um lote de terra na comunidade de Agrinco e como o Seu Lauro tinha estudo, foi convidado a dar aula nesta localidade. Foi o primeiro professor deste município. Depois de haver atuado como professor na comunidade de Agrinco trabalhou também numa Escola Rural da comunidade do Bandeira, até ser transferido pela Prefeitura Municipal de Guaraniaçu para ministrar aula na sede deste município, trabalhando em dois períodos em regime multisseriado.

Mais tarde, essa escola passou a funcionar como delegacia de polícia, foi quando o governo do Estado construiu as primeiras quatro salas do Colégio José Bonifácio. E, foi para ministrar aulas neste novo estabelecimento que concluiu o Curso de 5ª a 8ª série através do Instituto Universal Brasileiro, além de fazer cursos em Curitiba, pois neste período começou a contratação de novos professores em função da demanda que aumentava. Também, assumiu o cargo de Inspetor de Alunos (cargo bastante distinto para a época) no qual ficou durante muito tempo, substituindo diretor e professor quando a Escola necessitava. Assim, Lauro Luiz, nunca deixou de atuar como professor, até a aposentadoria em 1984. Entretanto, embora não se saiba o motivo, sempre teve sua Carteira de Trabalho assinada como Guardião e aposentou-se com essa denominação para sua profissão. Porém, sempre foi conhecido e ainda é considerado o “Professor Lauro Luiz”.

Voltando um pouco a sua historia de vida, Lauro Luiz casou-se em 1956 com dona Josefina e tiveram seis filhos. Mais tarde, ficou viúvo casou-se com dona Maria Iber Luiz com quem também teve seis filhos, faleceu no dia 02 de janeiro de 1986, devido a um câncer no estômago.

Hoje a Escola Municipal Lauro Luiz oferta o Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série, 1º ao 5º ano, Educação Infantil e Educação de Jovens e Adultos.

Contribuições para elaboração do histórico: Terezinha de Almeida Castilho, filha do Professor Lauro Luiz, residente em Curitiba e de Orides Luiz, irmão do professor também residente em Curitiba.


"Para Sara, Raquel, Lia e para todas as Crianças"

"Para Sara, Raquel, Lia e para todas as Crianças"

Carlos Drummond de Andrade

Eu queria uma escola que cultivasse

a curiosidade de aprender

que é em vocês natural.

Eu queria uma escola que educasse

seu corpo e seus movimentos:

que possibilitasse seu crescimento

físico e sadio. Normal

Eu queria uma escola que lhes

ensinasse tudo sobre a natureza,

o ar, a matéria, as plantas, os animais,

seu próprio corpo. Deus.

Mas que ensinasse primeiro pela

observação, pela descoberta,

pela experimentação.

E que dessas coisas lhes ensinasse

não só o conhecer, como também

a aceitar, a amar e preservar.

Eu queria uma escola que lhes

ensinasse tudo sobre a nossa história

e a nossa terra de uma maneira

viva e atraente.

Eu queria uma escola que lhes

ensinasse a usarem bem a nossa língua,

a pensarem e a se expressarem

com clareza.

Eu queria uma escola que lhes

ensinassem a pensar, a raciocinar,

a procurar soluções.

Eu queria uma escola que desde cedo

usasse materiais concretos para que vocês pudessem ir formando

corretamente os conceitos matemáticos, os conceitos de números, as operações... pedrinhas... só porcariinhas!... fazendo vocês aprenderem brincando...

Oh! meu Deus!

Deus que livre vocês de uma escola

em que tenham que copiar pontos.

Deus que livre vocês de decorar

sem entender, nomes, datas, fatos...

Deus que livre vocês de aceitarem

conhecimentos "prontos",

mediocremente embalados

nos livros didáticos descartáveis.

Deus que livre vocês de ficarem

passivos, ouvindo e repetindo,

repetindo, repetindo...

Eu também queria uma escola

que ensinasse a conviver, a

cooperar,

a respeitar, a esperar, a saber viver

em comunidade, em união.

Que vocês aprendessem

a transformar e criar.

Que lhes desse múltiplos meios de

vocês expressarem cada

sentimento,

cada drama, cada emoção.

Ah! E antes que eu me esqueça:

Deus que livre vocês

de um professor incompetente.