domingo, 8 de novembro de 2009

SEQUÊNCIA DIDÁTICA - FÁBULAS


Gênero textual “fábulas” a partir da aplicação de SD[1]


Claudete Aparecida SIMIONI (PG – UNIOESTE)
Profa. Dra. Terezinha da Conceição COSTA-HÜBES (UNIOESTE)



As fábulas são narrativas com a função social de ensinar, aconselhar e orientar o ser humano, utilizando-se, para isso, de pequenas histórias, cujos protagonistas são animais com atitudes humanas. Nessa direção, destaca-se, no enredo, um jogo de valores opostos, geralmente envolvendo dois animais, evidenciando-se disputas entre fortes e fracos, espertos e lerdos, gananciosos e humildes, maldosos e bondosos etc. É possível, ainda, identificar duas partes distintas: a história (o que acontece) e o significado da história, ou seja, o que o autor pretende transmitir. Esta parte, que está sempre no final, é denominada de “mora”, pois passa uma visão do que se quer entendido como “certo” ou “errado”. Em alguns textos, a moral pode não estar explícita, mas fica subentendida no fechamento do texto.
A fábula é hoje um gênero que circula basicamente na esfera escolar. Tendo em vista um currículo voltado para uma dimensão histórico-crítica, não nos é cabível abordá-la desprezando o cunho ideológico que a perpassa. É preciso analisar esse gênero, despertando no aluno a criticidade sobre os fatos, comparando o que acontece na fábula com as situações reais e, principalmente, analisando seriamente a moral que vem impregnada de intenções apaziguadoras e mantenedoras de ideologias favoráveis ao poder vigente e, muitas vezes, usados como instrumento de manipulação.
Nesse viés, foi trabalhado, com a já referida turma de 4ª série, composta por 24 crianças na faixa etária entre nove e onze anos, a SD “Fábulas”que faz parte do Caderno pedagógico 01[1]. [2]O trabalho iniciou-se com a apresentação da situação, momento em que os alunos combinaram com a professora que estudariam sobre o gênero fábula e produziriam textos do gênero, os quais, depois de reunidos numa coletânea,seria postada no blog da escola (um fator inesperado por nós que, como professora da turma, tinha planejado levar à biblioteca, mas ao percebermos a empolgação dos alunos com a “novidade virtual”, acatamos a ideia, fazendo alterações no planejamento).
O segundo passo foi propiciarmos o reconhecimento do gênero por meio de pesquisas e várias atividades de leitura, levando em consideração o contexto de produção, a função social e o conteúdo temático, com perguntas de decodificação, interpretação e compreensão. Para a análise linguística, exploramos amplamente o uso do discurso direto e indireto, o uso da pontuação e a ampliação vocabular, sempre provocando a reflexão sobre os diferentes modos de uso da língua e não apenas decorando normas gramaticais. Por fim, partimos para a produção das fábulas. É de suma importância ressaltar que para o desenvolvimento completo dessa SD levamos, em média, quarenta dias.




[1] Esse texto é uma parte do artigo publicado nos anais do XIX Seminário do CELLIP- Pesquisa em Lingua e Cultura na America Latina-Unioeste (ISSN 2175-2540)
[2] Elaborada por SIMIONI, Claudete A. p. 65 a 79. Disponivel em: AMOP – Associação dos Municípios do Oeste do Paraná. Seqüência didática: uma proposta de ensino da Língua Portuguesa para as séries iniciais. -Organizadora: Terezinha da Conceição Costa-Hübes. Cascavel: Assoeste, 2007. Caderno Pedagógico 01.

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